O HPV é um grupo de vírus com manifestações na pele e nas mucosas. A transmissão se dá pelo contato com pele ou mucosa infectados podendo ocorrer também durante o parto.
A infecção pelo HPV não é incomum e muitas vezes o sistema imunológico do paciente é capaz de eliminar a infecção. Quando isso não acontece a infecção pode continuar latente ou ainda se tornar crônica ou de longa duração com possibilidade de causar câncer a longo prazo.
A maioria dos portadores do vírus não apresentam sintomas clínicos o que aumenta o risco de contágio. O vírus pode permanecer latente no organismo por meses a anos e, havendo queda da imunidade, vir a se multiplicar dando início aos sinais clínicos.
As manifestações mais impactantes estão associadas a infecções sexualmente transmissíveis cujo contágio se dá através do contato vaginal, oral ou anal, sem preservativo.
Dentre estas manifestações estão as lesões clínicas, visíveis a olho nu, em forma de verrugas – os condilomas acuminados (popularmente conhecidas como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”) causadas por subtipos de HPV de baixo risco para desenvolvimento de câncer, principalmente os subtipos 6 e 11.
Mais graves podem ser as lesões subclínicas, não visíveis a olho nu e que não apresentam sinais ou sintomas – causadas pelos subtipos de HPV de alto risco para desenvolvimento de câncer (de colo de útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe) principalmente os subtipos 16 e 18 responsáveis por 70% dos câncer de colo de útero, além de também serem causadores de cerca de 90% dos cânceres de cólon e reto.
A principal forma de prevenção do HPV é a vacinação. Existem 3 tipos de vacina para HPV, a bivalente, a quadrivalente e a nonavalente, que podem ser tomadas por crianças, adolescentes e adultos. A vacina disponibilizada na rede pública é dirigida para os tipos mais frequentes de HPV: 6, 11, 16 e 18. Ela é disponibilizada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, pacientes imunodeprimidos e pacientes oncológicos.
O uso de preservativos também contribui na prevenção mas não impede totalmente a transmissão. A realização rotineira de exames preventivos é de grande importância no diagnóstico do HPV.
O diagnóstico do HPV é realizado por critérios clínicos e laboratoriais e pode envolver diferentes métodos:
• Exame clínico e avaliação de sintomas;
• Colposcopia, Vulvoscopia, Ânuscopia e Peniscopia – avaliam presença de lesões no colo uterino, vulva, ânus e pênis.
• Colpocitologia oncótica de colo uterino; Citologia oncótica anal – avaliam células de amostras obtidas por raspagem das respectivas mucosas
• Captura híbrida – teste molecular utilizado para identificar a presença de 13 tipos de HPV de alto risco e 5 tipos de HPV de baixo risco, mas sem identificar o tipo exato de vírus, além da carga viral.
• Hibridização in situ – detecta o tipo de HPV e sua localização, pois é capaz de identificar sequências específicas de DNA ou RNA do vírus nos tecidos, e se são de baixo risco ou alto risco – realizado em amostras de biopsia.
• RT-PCR – identifica possíveis moléculas e tecidos do HPV no organismo, mesmo que a pessoa não esteja com os sintomas da infecção; analisa o DNA do vírus e consegue reconhecer com precisão o tipo e a quantidade de carga viral presente.
• Biópsia: se houver suspeita de lesões ou alterações graves, pode ser realizada uma biópsia, para confirmar a presença de células anormais associadas ao HPV de alto risco.
Além da realização de exames diagnósticos o laboratório também realiza a pesquisa de anticorpos IGG para HPV muito útil no acompanhamento da eficácia da vacina.